quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O Poder e seus Efeitos





Olá pessoal!!! Nossa gente, faz praticamente 1 mês desde a minha última postagem...rsrs Eu avisei que ia demorar, mas agora voltei com força total! Apesar de não postar, eu estava visitando alguns de vocês, mas estava tão cansada que nem tinha idéias para comentar, acreditam?  Gente, voltei com um tema interessante, quero falar sobre Poder.  O Poder , na verdade, vem de várias formas. Na família os pais exercem o poder sobre os filhos temporariamente, ou, dependendo, pela vida toda! Então se são pais que realmente  se posicionam dentro da familia, os filhos provavelmente seguirão essa linha de conduta. No trabalho temos a hierarquia, chefe, diretor, gerente, coordenador, supervisor, lider, etc..etc.. Dentro dessa hierarquia deve-se seguir as regras, e em suma, muito cacique para pouco índio..(rsrs) Mas essa é uma explanação do Poder dentro do nosso cotidiano, meu foco é outro!  
Algumas pessoas detém o poder e realmente acham que podem manipular as outras, e manipulam mesmo, até o momento que os manipulados acordam!  Mas para esse texto não se tornar algo essencialmente pessoal, pois, minha proposta sempre foi e será mostrar para vocês minha opinião, mas nunca desabar meus problemas pessoais.  Por isso meus queridos amigos e amigas , trago a todos um texto legal, falando dos efeitos do poder sobre as pessoas e espero, vocês gostem!
Gente, saudades de todos e todas, vou atualizar minhas visitas! La vai:
O poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas. (R. Kurz)
O psicanalista J. Lacan,observou que a partir do momento em que alguém se vê "rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao poder , altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "governados", os "comandados", os "coordenados", enfim, os demais.
Estar no poder, diz Lacan, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo". Pelo simples fato de agora ser "rei", tudo deverá girar em função do que representa a realeza. Também os "comandados" são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o "rei do pedaço".
 Bourdieu chama-nos atenção para a força que o símbolo exerce sobre os indivíduos e grupos. Antes de ocupá-lo, o poder atrai e fascina; depois de ocupado tende a colar a alguns como se lhes fossem eterno.
 Aí está a diferença entre um Fidel Castro e um Nelson Mandela. O primeiro e a maioria dos ditadores pretendem se eternizar no poder, o segundo, mais sábio, toma-o como transitório, evitando ser possuído pelo próprio. ("Possuído", sim, pois o poder tem algo de diabólico, que tenta, que corrompe, etc). Uma vez no poder, o sujeito precisará de personas (máscaras) e molduras de sobrevivência. A persona serve para enganar a si e aos outros. 
A moldura, é algo necessário para delimitar simbolicamente a ação dele enquanto representante do poder. A ausência de moldura ou o seu mau uso fará irromper a força pulsional do sujeito que anseia por mais e mais poder, podendo vir a se tornar uma patologia psíquica. A história coleciona exemplos: Hitler, Stalin, Mobutu, Collor de Melo, Pol Pot, Idi Amim, etc. (...)
Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder. Os cargos executivos (presidente, governador, prefeito, diretor, reitor, etc), tem uma fôrma própria, um lugar que marca uma certa diferença em quem a ocupa em relação aos cargos de segundo escalão (ministros, secretários disso e daquilo, chefes de gabinetes, assessores, etc). As "pequenas autoridades" dos escalões inferiores - mas com algum poder -  costumam ter atitudes mais protofascistas que as grandes. São mais propensas a "vender sua alma ao diabo" que as grandes para estar no poder.
Os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com  as pessoas que chegam ao poder: 
1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em  trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marketeiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.
2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.
3) altera o tratamento com o outroque torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".
4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram  chegar ao poder, transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação  com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.
5) Resistência em fazer auto-críticaAntes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade"
 Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".
Os sujeitos quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de auto-engano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o Bem contra o Mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Se entrincheirarem no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".
Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.
Autor:
Por RAYMUNDO DE LIMA
Psicanalista e p
rofessor da UEM


Gentemmmm, saudades viu? Beijos e abraços, com boquinhas e ursinhos! Atè a próximaaaa!







4 comentários:

Jorge disse...

O poder da ilusão.
Sabemos que ele escorrega entre os dedos e infeliz mesmo aquele que acha que estar no poder é dominar as pessoas. Na realidade ele está preso em si mesmo.
Mas o poder tem a capacidade de sedução. Por isso tantos caem na rede do poder.

Um ótimo texto, minha amiga!!!

Beijo, de coração!!!!

Jeanne Geyer disse...

Myriam, saudades mesmo. A vida anda corrida, não é mesmo?
O poder é como a riqueza, são provas muito difíceis de suportar com dignidade e sem deixar-se cegar pela vaidade...
Beijos

ValériaC disse...

É amiga, voce tocou num tema muito importante...o poder é algo que mexe demais com o ego das pessoas, por isso é tão perigoso...pois geralmente corrompe, torna a pessoa pior...faz a pessoas esquecerem que somos todos iguais...
Doce final de semana querida...beijos...
Valéria

Neli Rodrigues disse...

Qto tempo, hein???
Gostei do texto, é a pura verdade.
E como vc está como anda a vida? Dê notícias.

Bjs♥

 

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