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Olá caríssimas(os) amigas(os)! Então, eu pesquisei bastante antes de postar algo sobre as mulheres, e como homenagem ao dia internacional das mulheres, descobri essa estupenda escritora brasileira, Julia Lopes de Almeida! Ela foi uma mulher ousada para época! Nascida Julia Valentina da Silveira Lopes de Almeida, em 24 de setembro de 1.862 no Rio de Janeiro, viveu a infancia em Campinas_SP e desde cedo já demonstrava o dom pela literatura. Foi excluída da Academia Brasileira de Letras por ser do sexo feminino.
Teve várias obras e dentre elas um livro de crônicas chamado "O Livro das Donas e Donzelas", de onde tirei esse texto! No texto , a visão de Júlia é de que a mulher brasileira tem sentimentos, vontades e é dona de si. Acho que, na verdade, ela expôs a mulher brasileira Júlia que sentia e falava, se expressava e demonstrava o que pensava, e expôs os desejos e sentimentos de todas as mulheres da época, as quais, não tinham como se fazer entender. De alguma forma, ela se antecipou ao tempo, e se nós olharmos em volta, ainda existem muitas mulheres, muitas situações semelhantes a que Juliz descreveu.
Júlia era avançada e tinha idéias polêmicas para época! Um espírito evoluído! Escrevia o que pensava e sentia. Eu, sinceramente não tive o prazer de ler uma obra sua, mas agora fiquei deveras curiosa por conhecer essa mulher que ousou escrever, numa época em que a sociedade era totalmente machista. Essa é minha homenagem, adiantada a todas nós mulheres brasileiras, pois, todos os dias são consagrados à nós! Fiquem com a Júlia!
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A MULHER BRASILEIRA
O europeu tem a respeito da mulher brasileira uma noção falsíssima. Para ele nós só nascemos para o amor e a idolatria dos homens, sendo para tudo mais o protótipo da nulidade. Dir-se-ia que a existência para nós desliza como um rio de rosas sem espinhos e que recebemos do céu o dom escultural da formosura, que impõe a adoração... Nem uma nem outra coisa. Nem a mulher brasileira é bonita, se não nos curtos anos da primeira mocidade, nem tão pouco a sociedade lhe alcatifa a vida de facilidades. Ela é exatamente digna de observação elogiosa pelo seu caráter independente, pela presteza com que se submete aos sacrifícios, a bem dos seus, e pela sua virtude. A brasileira não se contenta com o ser amada: ama; não se resigna a ser inútil: age, vibrando à felicidade ou à dor, sem ofender os tristes com a sua alegria e sabendo subjugar o sofrimento. Parecerá por isso indiferente ou sossegada, a quem não a conhecer senão pelas exterioridades. Mas não tivesse ela capacidade para a luta e ainda as portas das academias não se lhe teriam aberto, nem teria conseguido lecionar em colégios superiores. A esses lugares de responsabilidade ninguém vai por
fantasia nem chega sem sacrifícios e coragem. Apesar da antipatia do homem pela mulher intelectual, que ele agride e ridiculariza, a brasileira de hoje procura enriquecer a sua inteligência freqüentando cursos que lhe ilustrem o espírito e lhe proporcionem um escudo para a vida, tão sujeita a mutabilidades....
(...)
Se uma mulher brasileira, (se há excepções? há-as de certo!) cai de uma posição ornamental em outra humilde, é de rosto descoberto que dia procura trabalho então vai ser costureira, mestra, tipógrafa, telegrafista, aia, qualquer coisa, conforme a educação recebida, ou o ambiente em que vive...
Nessas ações, não há simplicidade, — há estoicismo e uma compreensão perfeita da vida moderna: que é a guerra das competências. A brasileira vive ociosa; é uma frase injusta e que anda a correr mundo, infelizmente sem protesto. Porque? Toda a gente sabe que no Brasil só não amamenta os filhos a mulher
doente, aquela que não tem leite ou que o sabe prejudicial em vez de benéfico! Ricas ou pobres, as mães só tem uma aspiração: — aleitar, criar os seus filhos! Este exemplo devia ser citado, porque, à proporção que esta virtude se acentua entre nós, parece que nos países mais civilizados vai se tornando escassa!
A mulher brasileira ama com mais intensidade, talvez; dedica-se toda, sem medo de estragar a sua beleza, às comoções da vida. Aí vemos as pobres mulheres dos soldados, seguindo-os à guerra, acompanhando-os nas batalhas, matando quem os fere, ferindo quem os ameaça, erguendo-lhes das mãos moribundas a
espingarda com que os vingam! Estas energias não são filhas do acaso, vêm-nos da mistura de sangues
com que fomos geradas, vêm-nos desta natureza portentosa e que por toda a parte nos ensina que a vida é uma grande fonte que não deve secar inutilmente!
Nos países tropicais a precocidade é tamanha que a existência da menina passa como um sopro e começam bem cedo as responsabilidades da mulher. (---) Nós, as brasileiras, perdemo-nos pelo excesso de sentimento. Ainda não aprendemos a dominar o nosso coração, que se dá em demasia, sem colher por isso
grandes resultados... O europeu, tratado com rigor pela mãe, não tem por ela menos respeito
(talvez tenha mais!) nem menos carinhos que os nossos filhos têm por nós... que nos desfazemos por eles em sacrifícios e ternuras!
Há muito quem afirme que no Brasil a mulher domina como soberana; e já um escritor português disse dela, relatando as suas observações em um livro de viagem:
"... A mulher deve ser, entre esta raça, superior a todas as coisas. Vê-la passar na rua e compreender a comoção que ela causa é ter reconhecido todo o alcance do seu prestígio. Inspira devoção, tem um culto. Não é mulher companheira do homem, sua irmã de trabalhos e de penas; é a mulher ídolo, a mulher sacrário.
(..)Será ela quem predomine e da sua boa ou má influência dependerá, talvez, o destino histórico desta nacionalidade."
(...)
E para vocês, Mulheres:
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7 comentários:
Que texto maravilhoso!!! Infelizmente a mulher brasileira é muito mal vista no exterior, puro engano, esse texto fala da verdade sobre nós, adorei.
bjo
Acho que estamos conseguindo mudar esse estereótipo que se formal a nosso respeito. Cabe a nós continuarmos lutando.
Bjs♥
Olá, querida Myriam
Obrigada pela linda homenagem... tenha um dia feliz também!!!
Estou oferecendo um Retiro Espiritual em meu blog... é tempo de reflexão!!!
Seja muito feliz e abençoada!!!
Bjs de confete e serpentina de paz.
Um texto muito bem elaborado e lúcido. Impressionante como é atual! Gostei muito.
Feliz dia da mulher, beijos
Oi minha querida prima,você acertou em cheio com este texto da Mulher Brasileira,realmente lá fora as brasileiras são muito mal vistas,mais isto esta mudando,e adorei o texto da Julia,que mulher maravilhosa.Beijos
Que graça de post amiga, achei bem diferente e interessante.Bjks e feliz dia das mulheres
Que bom que gostou da matéria do blog, linda mesmo! Bjks querida amiga
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